quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Exposição "Senso Plural" - Dezembro/2009
Escola de Belas Artes - UFBA - Salvador/BA
Convite
Cartaz

Exposição coletiva de conclusão do curso de Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia. Nesta mostra, junto com os artistas visuais Adenilse Santana, Alerci, Amarildo Moreira, Arissana Pataxó, Deyse Borges, Diego Cardoso, Isabel Seabra, Joice Novais, Marta Souza, Paulo Vitor Leal, Rodrigo Martins e Tanile Maria, e sob orientação da Prof. Dra. Sonia Rangel, Josemar Antonio apresentou a obra "Clássica".

Obra "Clássica, instalação, 2009.

Esta obra consistiu em uma plotagem de grande proporção em uma das paredes do espaço expositivo, Galeria Cañizares, de um texto de autor anônimo extraído de uma revista erótica, onde o separo em dois grande blocos, suprimindo no primeiro as vogais e no segundo as consoantes, propondo ao espectador da obra um jogo de junção das letras para a compreensão do texto.

Esta obra foi para mim uma síntese dos trabalhos que havia desenvolvidos até essa data e me deu a certeza da necessidade de continuação de meus estudos no Programa de Pós Graduação na EBA/UFBA. O texto abaixo fez parte de meu projeto para a solicitação de vaga nesse Programa.

"A zona tênue que diferencia o erotismo da pornografia é um de meus objetos de interesse e estudo. É notória a dificuldade de classificação em que estão circunscritas as obras artísticas que têm como base essa leitura poética, inclusive nos próprios discursos teóricos que abordam a matéria.

Trazer a uma exposição artística o tema do erotismo é uma tarefa que atravessa o limite do confortável, por se incorrer no risco de elaborar trabalhos que se apresentem como simples reprodução de formas ou atividades sexuais, e que desta forma perderiam sua força  poética e seriam  classificadas simplesmente de obras pornográficas, no sentido menor que essa classificação pode ensejar.

Cleise Furtado Mendes em seu texto “O corpo como texto – Erotismo e Pornografia” a respeito dos trabalhos artísticos que têm o erotismo como cerne de discussão nos diz que “a fruição de obras artísticas que encenam essas formas exacerbadas de consciência parece ser, para a maioria das pessoas, uma experiência quase insuportável”.

E’ de meu interesse que o espectador de minha obra seja instigado sobre o valor estético da mesma antes de submete-lo a pré-conceitos sócio-culturais e religiosos, pré-conceitos esses que carregamos como formadores de nossa personalidade e a qual submetemos todas nossas experiências.

A esse respeito cito mais uma vez Cleise Mendes:

“Não se pode estranhar que largas parcelas do público evite o risco de tal ampliação de suas consciências, principalmente quando alertadas por um certo tipo de críticas que usando padrões psiquiátricos e não estéticos rotula indiferentemente qualquer obra que aborde assuntos sexuais como ‘patológica’. Já o consumo da pornografia ‘rósea’ é altamente difundido, pois a recreação sexual que oferece excita sem angustiar. Isso não anula a legitimidade da arte pornográfica, mas indica que seus méritos devam ser buscados em outra direção”.

Seguindo essa linha de pensamento busco em meus trabalhos constituir o caráter erótico neles implícito em um segundo tom ou leitura, de forma que o espectador possa se acercar da obra e fazer sua própria leitura da mesma antes que a censura crítica que adquirimos durante o percurso de vida possa permear e cercear sua fruição.

Propor ao espectador um jogo em que o mesmo possa usufruir da obra dando a ela uma conceituação de erótica ou pornográfica somente após a apreciação da mesma, ou ainda, que após a apreciação da mesma possa não ter consciência desse caráter nela implícito/explícito,  julgando-a apenas por seus valores estéticos, é a busca primordial de meu trabalho."

Fotos do trabalho exposto - Josemar Antonio



Fotos da Vernissage:

Artistas/expositores/amigos
Na foto > Paulo Vitor, Marta Souza, Josemar Antonio, Tanile Maria, Leandro Ferreira e Davi Bernardo
Na foto > Paulo Vitor, Jana Belo, Tatiana, Lucas Assis, Alerci, Arissana Pataxó, Tanile Maria, Sonia Rangel e Josemar Antonio
Na foto > Patrícia Rosa, - , Alejandra Muñoz e Nilton do Vale.
Artistas / Expositores / Amigos
Grande amiga Tanile Maria. Eu em sua obra e ela na minha
Na foto > Renato Schetini, Nilton do Vale, Paulo Luiz, Josemar Antonio, João Carlos, Paulo César e Eduardo Dutra.
Na foto > Sandra Carrilho, Paulo Luiz, Josemar Antonio, Eduardo Dutra, Nilton do Vale, João Carlos e Davi Bernardo.

domingo, 30 de agosto de 2009


Exposição "900 graus" - Agosto/2009
Escola de Belas Artes - UFBA - Salvador/BA



A exposição 900º - Cerâmica 2009.1 foi fruto do trabalho realizado pelos alunos de cerâmica da turma de 2009.1, da Escola de Belas Artes - Universidade Federal da Bahia, orientados pela professora Ziunar Souza.

A abertura da mostra ocorreu no dia 18 de agosto/2009, na Sala Riolan Coutinho - EBA, e contou com a participação do Grupo Cultural Wado, formado por jovens que tocam TAIKO - um tipo de música tocada com tambores japoneses.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009


Exposição "Panorama 2009" - Agosto/2009
Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira - Feira de Santana/BA

Convite da Exposição
Do neutro ao multicor, do fosco ao fulgurante. Expressões impressas, uma coleta de visões distintas que convergem entre si e que se acasalam através da fotografia.
O mês de Agosto, ao seu gosto, mais uma vez representando o desempenho da possibilidade plástica bidimensional, que transpira sensibilidade.
Traduzindo realidades irreais, enquadradas, capturadas e presas em imagens estáticas, visões alheias de um só mundo, ganham vida quando despidas pelo olhar da curiosidade.
A linguagem contemporânea, onipresente, ferve por meio da combinação fotográfica do conjunto.
O horizonte circular sugere a identidade com o despercebido, o sensual, o íntimo e o explícito implícito.
Casando as palavras deste texto, o imaginário é ativado. Permita-se ser o centro de um panorama aqui gerado. Vai além da concordância fonética, a estética por vocês criada. Branco pálido, preto discreto e cores apimentadas."
Tanile Maria


A Exposição fotográfica ocorreu no Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana (MAC) onde os artistas integrantes da mostra foram: Davi Bernardo, Josemar Antonio, Tanile Maria, Paulo Vitor Leal, Leandro Ferreira , Patrícia Rosa, vix., Nicolas Soares e Lia Cunha. Os nove ligados pela linguagem contemporânea.

Local da exposição - MAC - Feira de Santana
Artistas/amigos/expositores - Da esquerda para a direita: Davi Bernardo,
Paulo Vítor, Josemar Antonio, Tanile Maria e Leandro Ferreira

Fonte da matéria abaixo: http://www.feiradesantana.ba.gov.br

19/8/2009, 9:28h
Mostra de fotos no Museu de Arte Contemporânea
III Panorama 2009 tem até trabalhos do fotógrafo francês 


O Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira (MAC) promove, entre esta quinta-feira, 20, até 20 de setembro, o III Panorama 2009 - Mostra de Fotografia, reunindo alunos da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e do Colégio Helyos, além de artistas plásticos e fotógrafos de Feira de Santana, Salvador, Irará e até da França.
A abertura do III Panorama 2009 acontece às 20 horas, fazendo uma homenagem especial ao Dia Mundial do Fotógrafo, que transcorre na véspera (19). A exposição terá 85 fotos nos mais variados estilos, ângulos, focos, dimensões e temáticas.
Os trabalhos serão distribuídos estrategicamente no Museu de Arte Contemporânea. Em uma ala, ficarão em exposição as fotografias de 10 alunos da Escola de Belas Artes da Ufba: Davi Bernardo, Josemar Antonio, Leandro Ferreira, Lia Cunha, Nicolas Soares, Patrícia Rosa, Paulo Victor, Tamile Maria, Vix e Vladimir Santos Oliveira. E mais: trabalhos de estudantes do Colégio Helyos.
Um ensaio denominado “Vendo a Venda” será apresentado em uma sala especial, com 20 fotografias retratando as feiras livres no interior baiano. Esses trabalhos são de autoria de Tereza Coelho, de Salvador, e de Kau Santana, de Irará. Além da exposição, eles distribuirão um catálogo sobre o ensaio.
Artistas plásticos e fotógrafos feirenses, como Juraci Dórea, Maristela Ribeiro, George Lima, Sílvio Portugal, Victor Venas, entre outros, também terão um espaço especial no III Panorama 2009, que terá a participação do francês Louis Pavageau, um artista plástico e especialista em intervenções urbanas, também conhecido como Ligne Rouge, que significa Linha Vermelha. Ele passará 20 dias em Feira de Santana, e mostrou interesse em apresentar alguns trabalhos produzidos na França.

“A expectativa é muito grande para esse evento, pois retrata casos e fatos do nosso cotidiano, principalmente do interior baiano”, observou Edson Machado, chefe da Divisão de Artes Plásticas e Literatura da Fundação Cultural Egberto Costa. Segundo ele, “será um momento importante e oportuno para quem gosta de apreciar a fotografia, exemplo de produção artística contemporânea na Bahia”.

Fotos de trabalhos expostos - Josemar Antonio
Fotografias 50x70:




Fotos da exposição:



Vernissage:



quarta-feira, 29 de julho de 2009

Salão Regional de Valença - Julho/2009
Centro de Cultura Olívia Barradas - Valença/BA


A edição 2009 dos Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia começa no dia 17 de julho, no Centro de Cultura Olívia Barradas, em Valença, onde as obras de 27 artistas ficarão expostas até 30 de agosto. A mostra é resultante do edital de fomento às Artes Visuais, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, unidade da Secretaria de Cultura. A diretora geral da Fundação, Gisele Nussbaumer, o diretor de Artes Visuais, Dilson Midlej e Otávio Motta, Diretor do Centro de Cultura Olívia Barradas, além de autoridades locais e artistas participantes, estarão presentes na abertura oficial do evento, que acontece às 19h.

"Encontros Pessoais", xilogravura, 2009.

A série apresentada foi realizada dentro da pesquisa formulada pelo artista desde o segundo semestre de 2008, no qual discuto o tênue limite existente entre a arte erótica e a pornográfica.

Toda distinção entre essas classificações diferem de acordo com o período histórico e cultural das diversas sociedades em que as obras sob essa temática são produzidas ou analisadas. Exemplo disso é que várias obras de arte que foram taxadas como pornográficas no início do século 19 são hoje classificadas como de cunho erótico, com exposição sob esse título nos meios acadêmicos e culturais.

Apesar de termos como fonte primária das relações humanas, a relação sexual, quando traduzidas para uma obra de arte sobre essas, por diversas vezes, é exercida uma censura (velada ou explícita), a exemplo dos trabalhos do fotógrafo americano Robert Maplethorpe, ou ainda, para restringirmo-nos a nossa realidade “tupiniquim” a censura exercida em recente exposição no Congresso Nacional de foto do travesti Rogéria.

Essa é a discussão que o artista promove com o trabalho apresentado, sendo que o mesmo foi realizado na técnica da xilogravura.

Utilizou, para tanto, imagens retiradas de revistas “pornográficas”, sendo todas elas imagens de mãos femininas em ato sexual (geralmente masturbação ou exibição do sexo), em que a figura do sexo feminino foi suprimido, instigando assim o espectador na busca do complemento da imagem, bem como retirando sua possível restrição primeva quando da fruição da obra.

O conjunto foi elaborado na totalidade de 12 trabalhos (30 x 21 cm) na concepção de um período cíclico e temporal. Os títulos de cada gravura, bem como o nome da série, foram retirados de anúncios de encontros pessoais encontrados nos jornais de grande circulação de Salvador, associando os nomes das acompanhantes a uma de suas ditas qualidades (ex. Pamela – Coxas Grossas).



quinta-feira, 2 de julho de 2009

Exposição "Acción Itinerante" - Julho a Novembro/2009


ACCIÓN ARTE ITINERANTE LATINOAMÉRICA foi um projeto criado pela artista Marília Palmeira, ainda quando estudante da Escola de Belas Artes - UFBA. Em uma viagem pela América Latina com duração de 04 meses (agosto/setembro/outubro/novembro), Marília promoveu exposições e atividades culturais, inicialmente com trabalhos de artistas baianos, acrescentados por trabalhos de artistas locais dos locais onde Marília percorreu.


O projeto abriu com uma exposição dos trabalhos no dia 1º de julho, no Ciranda - Café, Cultura e Artes, localizado no Bairro do Rio Vermelho/Salvador, ficando aberta à visitação até o dia 29 do mesmo mês.

Alguns dos artistas que participaram do projeto são: Alex Oliveira, Ana Paula Pessoa, Ana Pi, Antonino, Bené Santana, Clara Codes, Celso Cunha, Denílson Santana, Davi Bernardo, Edgard Oliva, Elivaldo Costa, Elizabeth Actis, Ederson Baptista, Fernando Lopes, Jaci Mattos, Josemar Antonio, Karla Rubia, Leandro Estevam, Leandro Ferreira, Liliê, Marcelo Moreira, Marina Palmeira, Mestre Duda, Naara com Túlio Carapiá, Nelson Magalhães Filho, Ramon Coutinho, Tanile Maria, Taygoara Aguiar, Tony Bittencourt, Valéria Simões, víx., Walter D´Arcella e Zé de Rocha.

Nesta mostra, e nas demais do percurso, foi apresentado meu trabalho de gravura intitulado "Toys for Kindergarten".





Na imagem abaixo, o trajeto programado pela andarilha inicialmente.


Nas imagens abaixo, algumas fotos das exposições realizadas pela artista Marília Palmeira em seu trajeto de viagem.

Exposição no Ciranda Café - Salvador/BA
Da esquerda para a direita: Davi Bernardo, Tanile Maria, Marília Palmeira e Leandro Ferreira

Exposição em Córdoba_Argentina

Exposição em Mendoza_Argentina

Exposição em La Paz_Bolívia

Exposição em Quito _ Equador


Saiba mais e acompanhe o percurso, através do blog oficial:

E-mail do projeto: aai.latinoamerica@gmail.com

terça-feira, 30 de junho de 2009

Exposição "Sacharum/BA" - Junho/2009
Museu de Arte Moderna - Museu Carlos Costa Pinto - Instituto Goethe

Convite da exposição


O texto abaixo foi extraído do site:

http://www.goethe.de/ins/br/sab/prj/rap/art/ptindex.htm


"O papel do açúcar para o desenvolvimento do Brasil foi sempre marcante, outrora por conta de sua exportação para a Europa, hoje em dia em função da produção de biocombustíveis à base de álcool derivado da cana. A exposição procura retratar este caráter global do açúcar, que desde sempre tem marcado tanto a imagem do Brasil como a sua posição no panorama internacional, ao unir, em uma só mostra de arte contemporânea, artistas brasileiros e estrangeiros: Jonathan Meese, Simone Nieweg e Jürgen Stollhans, da Alemanha; Ayrson Heráclito, Baldomiro Costa, Caetano Dias, Gaio Matos, Herbert Rolim, Ieda Oliveira, José Rufino, Márcio Fagundes, Maxim Malhado, Vauluizo Bezerra e Vik Muniz, do Brasil; Shelley Miller, do Canadá, e Meschac Gaba, do Benin, entre outros. 

Além das obras dos artistas convidados, são incluídas peças de acervos locais que guardam uma relação com a produção de açúcar e derivados, explorando o potencial de diálogo dos acervos existentes em Salvador e o papel que cabe às coleções artísticas baianas na dinamização cultural e na construção da Arte Contemporânea.


É objetivo de "Saccharum BA" estabelecer leituras possíveis de uma tradição e de uma discussão contemporânea fundamental para o Brasil."


Obra "Bio Car" - Meschac Gaba - no espaço expositivo MAM-BA

Da esquerda para a direita: Leandro ferreira, Tanile Maria, 
Josemar Antonio e Meschac Gaba
A exposição aconteceu simultaneamente em três espaços expositivos da cidade de Salvador: Museu de Arte Moderna da Bahia, no Instituto Cultural Brasil/Alemanha, e no Museu Carlos Costa Pinto, abordando diversas linguagens relacionadas aos engenhos na Bahia, o açúcar e seus derivados.

Neste projeto atuei na:
- Pesquisa Bibliográfica e de Acervos; e
- Curadoria Saccharum Ba: legados do engenho (Museu Carlos Costa Pinto), juntamente com Tanile Maria e Patrícia Rosa.


Alejandra Muñoz e parte de sua equipe de 
assistentes/auxiliares no Projeto Sacharum_BA 

domingo, 21 de junho de 2009

Exposição "Doce de Santo" - Junho/2009
Galeria Acbeu - Salvador/BA


“DOCE DE SANTO”

Este projeto nasceu de questionamentos sobre os santos como “provedores de acesso rápido a Deus”, tendo como gênese conceitual e matérica, o trabalho de pesquisa sobre religiosidade. Desta forma, o projeto “DOCE DE SANTO” foi pensado para recortar e pontuar fragmentos de vivências da cultura popular, visando especialmente o desdobramento das pesquisas iniciadas sobre o tema referido. Inicialmente, foi abordada a banalização do sagrado, a sacralização do homem e a transformação de santos numa ótica de verdadeiros super-heróis da contemporaneidade.  

Tratou-se de um projeto de exposição de um coletivo de artistas. A poética visual inserida nesta proposta se constituiu em uma forma de contestação que tomou elementos pertencentes ao imaginário religioso e artístico como fonte de sentido e significado, revelando formas híbridas como modo de compreensão e crítica desse processo. Teve a característica de um projeto processual, pois os trabalhos apresentados criaram possibilidades de complementação na medida em que novas obras foram acrescentadas à proposta inicial. 365 artistas participaram, estabelecendo um diálogo entre a matéria, a idéia e o fazer artístico ao longo do processo criativo: um artista para cada dia do ano e seu olhar diferenciado sobre seu objeto de trabalho. Assim, os artistas integrantes do projeto, propiciaram um entrelaçamento das suas poéticas visuais, além de possibilitar a interlocução com a vivência de outros pela criação de uma obra processual.  

A iconografia oscilou intencionalmente entre pólos opostos. A necessidade de associar conceitos foi criada para “DOCE DE SANTO” a partir de um impulso que não era necessariamente nem agressão nem reação por parte do sujeito. Em primeiro olhar, foi escolhido trabalhar com os santos Cosme e Damião por estarem associados aos doces e guloseimas distribuídos por ocasião da sua festa, sendo ampliado, posteriormente, para qualquer forma de leitura sobre o “duplo” de cada artista. Como resposta dirigida ao inconsciente, na construção de uma pretensa “compota de doce de santo”, ela se tornou referência de atributo associado ao personagem híbrido de força e sacralidade, formando o retrato de um “santo da contemporaneidade”, uma imagem mítica da própria necessidade de sobrevivência. Compotas, pois, são um meio de conservação de frutos em açúcar para que posteriormente sejam apreciados como lanche ou aperitivo. Sendo assim, obras de arte foram aprisionadas em vidros de doce, como compotas.

Esta proposta teve voz ampla e abordou repertórios de inteligibilidade de ações que evocaram passagens temporalmente construídas na relação com o outro. Os conceitos de duplicidade, relíquia, sagrado/profano, consumo, real/imaginário, transparência e voyeurismo, foram trabalhados. 

A mostra também permitiu ao público, acesso a um espectro mais amplo e variado da produção artística, além de ter sido uma maneira de dar retorno a este público que busca por contato com diversos artistas e sua produção. A seleção deste projeto para a Galeria ACBEU foi uma oportunidade de apresentar ao fruidor, um trabalho que vinha sendo desenvolvido em ambientes de pesquisa, de ensino, em ateliês de artistas e ambientes afins, comungando sob o olhar da fotografia todas as formas de expressão em artes visuais.  

A ocupação do espaço expositivo deu-se com as “compotas de santo”, distribuídas em gôndolas e prateleiras, como mercadoria em um supermercado. Além de tratar-se do processo criativo e suas implicações num desdobramento contínuo, este projeto se justificou pela atualidade da sua temática que, propôs a criação artística a partir de conexões e interlocuções entre a cultura e a visão social, contribuindo para o desenvolvimento de ações multidisciplinares, vivenciando uma intervenção que inclui a nossa diversidade.



Trabalho de Josemar Antonio, que participou do projeto:

domingo, 22 de março de 2009


Circuito das Artes - Março/2009
Galeria Acbeu - Salvador/BA


Blog de artesao :artesao, circuito das artes

7a21mar
NAS GALERIAS E MUSEU DO CIRCUITO

lGALERIA ACBEU l GALERIA ALIANÇA FRANCESA l GALERIA DO INSTITUTO CERVANTES l MUSEU CARLOS COSTA PINTO l PALACETE DAS ARTES i SALA DE ARTE DO MUSEU GEOLÓGICO



Nesta coletiva foi apresentada parte (03 fotos - tamanho 20x25) da série fotográfica intitulada "Os Grandes Monumentos do Homem" onde discuto o tema da falocracia.

Fotos dos trabalhos expostos - Josemar Antonio


Os grandes monumentos do homem - I

Os grandes monumentos do homem - II

Os grandes monumentos do homem - III