quarta-feira, 29 de julho de 2009

Salão Regional de Valença - Julho/2009
Centro de Cultura Olívia Barradas - Valença/BA


A edição 2009 dos Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia começa no dia 17 de julho, no Centro de Cultura Olívia Barradas, em Valença, onde as obras de 27 artistas ficarão expostas até 30 de agosto. A mostra é resultante do edital de fomento às Artes Visuais, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, unidade da Secretaria de Cultura. A diretora geral da Fundação, Gisele Nussbaumer, o diretor de Artes Visuais, Dilson Midlej e Otávio Motta, Diretor do Centro de Cultura Olívia Barradas, além de autoridades locais e artistas participantes, estarão presentes na abertura oficial do evento, que acontece às 19h.

"Encontros Pessoais", xilogravura, 2009.

A série apresentada foi realizada dentro da pesquisa formulada pelo artista desde o segundo semestre de 2008, no qual discuto o tênue limite existente entre a arte erótica e a pornográfica.

Toda distinção entre essas classificações diferem de acordo com o período histórico e cultural das diversas sociedades em que as obras sob essa temática são produzidas ou analisadas. Exemplo disso é que várias obras de arte que foram taxadas como pornográficas no início do século 19 são hoje classificadas como de cunho erótico, com exposição sob esse título nos meios acadêmicos e culturais.

Apesar de termos como fonte primária das relações humanas, a relação sexual, quando traduzidas para uma obra de arte sobre essas, por diversas vezes, é exercida uma censura (velada ou explícita), a exemplo dos trabalhos do fotógrafo americano Robert Maplethorpe, ou ainda, para restringirmo-nos a nossa realidade “tupiniquim” a censura exercida em recente exposição no Congresso Nacional de foto do travesti Rogéria.

Essa é a discussão que o artista promove com o trabalho apresentado, sendo que o mesmo foi realizado na técnica da xilogravura.

Utilizou, para tanto, imagens retiradas de revistas “pornográficas”, sendo todas elas imagens de mãos femininas em ato sexual (geralmente masturbação ou exibição do sexo), em que a figura do sexo feminino foi suprimido, instigando assim o espectador na busca do complemento da imagem, bem como retirando sua possível restrição primeva quando da fruição da obra.

O conjunto foi elaborado na totalidade de 12 trabalhos (30 x 21 cm) na concepção de um período cíclico e temporal. Os títulos de cada gravura, bem como o nome da série, foram retirados de anúncios de encontros pessoais encontrados nos jornais de grande circulação de Salvador, associando os nomes das acompanhantes a uma de suas ditas qualidades (ex. Pamela – Coxas Grossas).



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